Nam June Paik, “The Father of Video Art”.

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Nasceu em Seoul em 1932 e faleceu em Miami em 2006. Paik é considerado o primeiro video artista que se tem notícia. Na década de 50 sua família mudou para o Japão, deixando a Korea por conta da guerra. No Japão se formou em História da Arte e História da Música na Universidade de Tóquio. Depois complementou os estudos de música na Universidade de Munich na Alemanha, onde conheceu os compositores John Cage e Karlheinz Stockhausen e fez parte do movimento Fluxus.

O movimento Fluxus liderado por George Maciunas formou uma rede de artistas, compositores e designers que trabalhavam com diferentes formatos e mídias na década de 60. Várias performances foram realizadas em Paris, Copenhagen, Amsterdam, Londres, New York do que eles chamavam de anti-arte, ou de uma estética fora dos padrões convencionais da época e artistas como Joseph Beuys, Yoko Ono e Nam June Paik fizeram parte desses eventos. Em 64 mudou-se para New York e começou a trabalhar com a violoncelista Charlotte Moorman combinando vídeo e música. Com Chalotte, Paik participou de várias performances. Charlotte fazia parte das obras, tocando o instrumento, enquanto monitores colocados em cima dela, registravam a performance.

Em 1965 a Sony lançou sua primeira câmera portátil e a partir daí Paik filmava tudo que via pela frente. Em 1974 cunhou o termo “superhighway” bem antes da internet existir, onde ele se referia a importância da telecomunicação, em especial da tv, nas nossas vidas. E sintetizou a seguinte e sensacional frase: “ Skin has become inadequate in interfacing with reality. Technology has become the body’s new membrane of existence.”

A obra Eletronic Superhighway de 1994 fala justamente disso.

Outra obra emblemática é a video instalação, apresentada no MMCA (National Musewum of Modern and Contemporary Art de Gwacheon, Korea) em 1988, feita com mais de 1000 monitores e uma estrutura de aço de aproximadamente 18m de altura e em formato de uma torre gigante. O título “The more the Better”, também se refere ao crescimento e a influência da tecnologia na nossa vida.

Paik, o visionário. Paik foi a vanguarda da vanguarda da sua época e continua inspirando novas gerações de artistas. Durante sua vida, Paik trabalhou com projetos ligados a televisão, filmes, instalações, performances, música, colaboração com outros artistas, desenvolvimento de novas técnicas, escrita, ensino e contribuiu com a criação da cultura de mídia que expandiu a definição da linguagem de como a arte era executada. Deixou um legado gigantesco que hoje pertencem a vários museus.

Casou com Shigeko Kubota e em 96 teve um derrame que deixou Paik em uma cadeira de rodas, mas mesmo assim produtivo. Faleceu em Miami em 2006.

Recentemente o Smithsonian American Art Museum de DC que adquiriu o Nam June Paik Archive, fez uma retrospectiva da obra de Paik. A exposição que terminou em Agosto de 2013, incluía 67 obras e mais de 140 itens do arquivo. O arquivo é composto por referências do artista em cartas, textos, gravações, objetos em geral, objetos eletrônicos vintage e outros materiais.

A obra e as frases cunhadas por Nam June Paik nas décadas de 50, 60, 70, 80 e 90 ainda ressoam com a mesma intensidade da época. Paik vislumbrou o momento que vivemos hoje imersos em uma quantidade absurda de informação, vindas não só mais da tv, sua maior fonte de inspiração, mas da superhighway, que ele falou naquela época, e que hoje é encabeçada pela internet e seu acesso e excesso em tantos meios. Estamos cada vez menos presentes em corpo e pele e mais virtualmente e Paik com toda a sua genialidade percebeu o caminho que estávamos trilhando lá atrás, só não sei onde vamos chegar…repetindo:

“ Skin has become inadequate in interfacing with reality. Technology has become the body’s new membrane of existence.”

Kusama no Tomie Ohtake.

Volte para década de 50 e 60, e imagine essa maluquinha, peladona, cheia de bolinhas no corpo ao lado do Andy Warhol na famosa Fabrica, ou com outros peladinhos “performando” e “causando” na Brooklyn Bridge em NY. Yayoi Kusama é a vanguarda ainda viva, 85 anos, do pop-art no seu mais alto grau de pop-art, influenciou todos os artistas que vieram depois. Quase toda a expo que está aqui em Sampa é dessa época, menos esses quadros gigantescos, que foram pintados recentemente, depois de quase 30 anos de ausência de produção da artista. Kusama e: suas bolinhas, seus falos, isso mesmo pintos e mais pintos, sua taradice explicita, suas alucinações materializadas nesses quadros enormes, em esculturas, em instalações e em fotografias. A série Redes ou Net da década de 50 em telas gigantes brancas com bolinhas cinzas retrata uma loucura obsessiva de bolinhas, que são a imagem que ela transporta para a arte de seus momentos de alucinação causados por doença psiquica: uma esquizofrenia em bolinhas.

Entre agora na exposição com essas informações e veja que genial se torna esse trabalho. Fiquei a noite toda com bolinhas na cabeça… essa foto é da exposição na Tate. Aqui em São Paulo no Tomie Otahke os quadros estão em outra expografia, que chegou a me dar até tontura, com tanta informação de cor, quantidade de quadros, devem ser mais de 20, a perturbação das padronagens. Eu adorei. E o excesso de bolinhas…